Prescila Francioli
Valdir Corral
É com profunda tristeza que a Federação dos Contabilistas do Estado do Paraná (Fecopar) se manifesta com pelo falecimento da contadora, escritora, ex-presidente do Sindicato dos Contabilistas de Campo Mourão e Região (SinConCam) por duas gestões (2012-2013 e 2014-2015) e ex-diretora da Fecopar, Prescila Francioli, na última semana. Prescila foi submetida à cirurgia para a colocação de quatro pontes de safena, em Maringá. O procedimento foi realizado e no dia seguinte apresentava boa recuperação. Porém, o quadro se agravou e no dia 12 de agosto quando foi levada para o Hospital Santa Casa, de Curitiba, para transplante de coração. O que levou ao seu falecimento aos 52 anos.
A contadora dedicou seus anos de experiência à classe contábil com muito comprometimento e conquistas importantes para os profissionais da contabilidade. Em nome da Fecopar, o presidente, Paulino José de Oliveira, e sua diretoria, envia os mais sinceros sentimentos, deseja muita força aos familiares, amigos e colegas de profissão e deixa um agradecimento especial pelos seus anos dedicados à Federação e ao Sindicato.
Em homenagem as duas grandes perdas para a Fecopar, o SinConCam e para a toda a classe contábil, deixamos um texto autoral dedicado a base de leitores de Prescila e uma homenagem do filho do Valdir Corral, Valdir Junior:
PARA VALDIR CORRAL
“Não estamos preparados para perder alguém que amamos, ainda mais de uma forma tão repentina, o mundo perdeu um grande homem e eu perdi meu maior exemplo de ser humano, meu pai.
Seu espírito partiu, mas sua vontade e todo seu legado continuará em todos nós, exemplo de pessoa, honesto, batalhador, amigo, companheiro, solidário. Não mediu esforços em vida para ajudar a família, os colegas de trabalho, os amigos e a sociedade.
Pai, sempre me orgulhei de você e sempre irei me orgulhar de cada conquista sua, pois, sei o tamanho da dificuldade que foi chegar aonde o senhor chegou, hoje eu olho para trás e percebo que tudo que sou, eu aprendi com você, sou grato a Deus por me conceder você como meu pai, meu amigo, meu parceiro.
A nossa vida a partir de hoje será mais triste, pois, sabemos que não teremos mais a sua presença física, mas saiba que sempre estará em nossos corações, sentiremos falta dos seus conselhos, dos momentos em família, das risadas e até das broncas.
Um Pai e esposo exemplar, que o mundo tenha mais Valdir Corral por aí, pois, o que nós tivemos fez uma grande diferença em minha vida, na vida da minha família e da sociedade Mourãoense.” Valdir Junior
NOVELO DE LÃ – PRESCILA FRANCIOLI
“Hoje sentei-me para conversar com meu pai, em seu colo me aninhei como um pequeno novelo de lã. Comecei a observar seu minucioso trabalho, tecendo cada fibra de minha vida. De suas mãos, de forma muito cuidadosa, saiam pontos, às vezes apertados, de uma forma, que era até difícil de se mexer direito, era eu sendo lapidada pela dor, aprendendo com o sofrimento.
Outras vezes, o ponto era frouxo, solto, livre e nesse tecer, eu sorria feliz, dançando ao som da vida, era o artesão me ensinando que depois de cada ponto apertado, de cada sufoco, vem a alegria, a merecida vitória para os que não se lamentam.
Houve momentos que a agulha de meu pai tecia pontos duplos e nessas horas, ah como era bom, porque eu aprendi a compartilhar momentos, a viver junto, a sorrir e até chorar, mas em companhia. Foram nesses pontos que guardei coisas lindas, muitas delas me fortaleceram em momentos difíceis pelos quais passei.
Teve vezes, que a agulha puxou um único ponto, era eu caminhando no deserto e mesmo gritando, parecia que eu estava completamente só, que ninguém ouvia, que ninguém se importava, e nesses desertos da minha vida, eu cresci, chorei, amadureci, descobri que nunca estive sozinha, porque meu Pai caminhou de braços dados comigo, mesmo eu não o vendo.
Houve pontos que foram laçadas, e elas pareciam terem asas, foi quando conheci anjos humanos, e foram tantos, que fizeram toda a diferença no tecer da minha vida.
Teve vezes, que os pontos falharam, não porque o meu artesão errou, mas porque Ele tinha um propósito para cumprir com essa aparente falha, porque Ele permitiu que falhasse, primeiro meu pâncreas e agora, o meu coração. Mas eu vi, eu senti e sinto uma força tão grande me sustentando que nem chorar eu choro, eu apenas aceito, porque sei que meu artesão tem sempre o melhor para mim, mesmo parecendo o contrário.
No desenrolar do novelo de lã da minha vida, teve pontos muito apertados, mas também teve laçadas, pontos frouxos maravilhosos e sempre eu procurei louvar o meu artesão em tudo, porque sou uma obra de arte produzida por Ele.
Bem, hoje eu estou aqui e o louvo por cada pequenino detalhe da minha vida permitido, tecido por meu Pai que é Deus. Amanhã…talvez eu não esteja mais aqui, com os anjos humanos que viveram e me acompanharam, porque com Ele eu estarei, o louvando eternamente eu estarei e nesse dia, terei cumprido minha missão e será para mim um momento de extrema vitória, porque terei voltado para casa. Sou um novelo de lã nas mãos de Deus, que tece cada milésimo de segundo da minha vida.”